29 de nov. de 2007

A Mídia e a Difusão do Preconceito

A cada dia que passa, nos encontramos na situação de testemunhas do preconceito lingüístico. Isso, claro, se não somos nós mesmos alvos desse preconceito ou até mesmo responsáveis por ele. Mas não há novidade nisso. O preconceito lingüístico é um problema da sociedade, enraizado no sistema de educação atual e na formação de nossos professores, isto já nos é sabido. Mas será que é só isso?

Esse trabalho para a cadeira de lingüística possibilitou uma reflexão mais aprofundada a respeito do Preconceito Lingüístico. Infelizmente foi muito fácil acharmos exemplos para postarmos no blog. Isso mostra como a idéia de que existe uma língua única e correta está enraizada em nossa sociedade. Podemos ver também que a mídia não ajuda. Pode-se ligar a televisão a qualquer hora do dia, e teremos um sem número de exemplos de estigmas sociais difundidos pelos programas, novelas e filmes exibidos naquele momento. Esse meio que poderia ser tão importante para amenizar o problema, acaba por reafirmar que existem "pessoas ignorantes" que "falam errado". O processo de conscientização sobre o problema que é o preconceito lingüístico é lento, infelizmente. Mas em contraparte, bastam alguns minutos em frente à TV, por exemplo, para que o preconceito atinja centenas de pessoas. A mídia atualmente promove o preconceito, e o faz de forma desenfreada e inconsciente (esperemos). Essa difusão é tão grave quanto o preconceito em si, pois diminui as possibilidades da população adquirir consciência sobre o erro que comete.

Em seu programa de talk-show, Jô Soares, antes de entrevistar seus convidados, faz uma série de comentários e piadas sobre os considerados “erros de português” e ortografia, arrancando risadas do auditório. Em um longa-metragem americano, as personagens não nascidas nos EUA que falam inglês são, por seu sotaque, estigmatizados como não sendo capazes de falar uma língua que não a sua. Em um programa de rádio, o grupo de locutores do Pânico caçoa de ouvintes por possíveis erros do bom português, quando não criticam uns aos outros, tendo mesmo entre eles uma pessoa marcada pela idéia de falta de inteligência, Sabrina Sato.

O Preconceito Social e Lingüístico só pode acabar quando todos percebermos a responsabilidade que temos para com ele. E essa responsabilidade somente chegará às pessoas através dos meios de comunicação, da mídia. É o papel de facilitar mudanças sociais que compõe a idéia da Comunicação Social, é esta a ferramenta. O problema não está no Jô Soares, no diretor de filme americano ou nos garotos do Pânico, e sim na forma como nós vemos uns aos outros e lidamos com as diferenças. Na minha opinião (que talvez expresse a opinião do blog) são os profissionais da educação e da comunicação de hoje que poderão colaborar para com o fim do preconceito amanhã.

3 comentários:

Anônimo disse...

Com certeza, o preconceito encontra-se alastrado na sociedade e a maior prova disso é a veiculacão dele na mídia, o maior "transmissor" da nossa cultura. O trabalho de desmistificação realizado aqui no blog é de extrema importância pois, como qualquer outro tipo de preconceito, o linguístico encontra-se impregnado de uma forma que só meios de grande alcance, tal como a internet tem força suficiente para se "fazer ouvir" e, com iniciativas como essa, se explicar "mal-entendidos" incorporados em nossa cultura!
É uma pena que tal iniciativa não venha de todos os meios, os quais, em vez de conscientizar a população, tratam de aliená-la ainda mais em seu próprio preconceito.

Anônimo disse...

É, e o Jô e outros tantos ícones da mídia, sendo formadores de opinião conseguem fazer esse preconceito crescer ainda mais!
valeuu

Anônimo disse...

agora eu fiko ateh c vergonha di dizer que eu dei gargalhada vendu esse program do jô!