29 de nov. de 2007

Taí, gostei.



O mito de que existe apenas uma língua no Brasil é uma dais principais bases do preconceito lingüístico.

No Brasil, além das línguas indígenas, que em alguns casos podem possuir, até mesmo um só falante, há, também, as diversas variações que ocorrem de região para região. E é impossível delimitar onde se fala um português “melhor” e onde se fala um português “pior” nesse país com tantas diversidades.

Segundo Marcos Bagno, autor do livro “Preconceito Lingüístico” , não existe nenhuma variedade nacional, regional ou local que seja intrinsecamente "melhor", "mais pura", "mais bonita", "mais correta" que outra. Toda variedade lingüística atende às necessidades da comunidade de seres humanos que a empregam. Quando deixar de atender, a ela inevitavelmente sofrerá transformações para se adequar às novas necessidades.

E é exatamente assim que acontece: cada comunidade tem a linguagem que se adapta a ela. Prova disso é que, muitas palavras são criadas em determinadas regiões que em outros lugares, dentro do próprio país, não fazem o menor sentido. Ou palavras já existentes, mas com significados diferentes do original atribuídos a ela, que podem variar de óbvias a ininteligíveis de uma região para a outra.

Essa propaganda da Intelig, mostra claramente como cada comunidade tem suas peculiaridades na fala, e como essas características já são atribuídas até à forma física de seus falantes. O nordestino falando o “tão nosso” gauchês (olha eu criando palavras e expressões!) pode soar mais estranho, para alguns, do que um brasileiro qualquer falando, realmente, outro idioma.

A verdade é que todos esses sotaques e jeitos diferentes de se falar o português é que enriquecem nossa cultura e nossa diversidade, de que deveríamos todos nos orgulhar, e não reprimir!

A idéia principal da propaganda é muito interessante, também, já que sugere que a comunicação excessiva entre pessoas de diferentes localidades poderia fazê-las adquirir tanto sotaque que começariam a falar como se fizessem, realmente, parte de outra comunidade. É legal se pensar nisso, como uma das maiores razões para o preconceito lingüístico deixar de existir: aumentar a diversidade e romper as barreiras das diferenças sociais e raciais.

Nenhum comentário: